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Tributo de respeito e gratidão - III

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Durante todos os anos em que frequentei o Maneco, sempre foi diretor o Pe. Rômulo Zanchi, padre Palotino (SAC-Sacerdote do Apostolado Católico). A secretária da escola era Iolanda Zanini, que depois formou-se em Direito, depois juíza aposentada no Paraná. Inês Zanini, sua irmã, era auxiliar de disciplina, depois funcionária da UFSM. Também eram auxiliares de disciplina João Batista Copetti, que formou-se em Educação Física e Antônio Schmitt, que graduou-se em Comunicação Social. Eram funcionários administrativos: Germano Kurle e Osmar Pohl, ambos formados em Direito anos depois. Também cito a folclórica figura de João Antonello, zelador do Maneco e residente no térreo do prédio. Juntamente com sua esposa Rosa e filhos, mantinha uma concorrida cantina no patamar da escada do térreo para o primeiro andar.

Também lembro da banda do Maneco, cuja história está indelevelmente ligada ao nome saudoso ex-aluno Roberto Binato, depois formado médico e professor universitário de Medicina, onde ministrava aulas juntamente com Dr. Irion. Mesmo cursando Medicina, continuava sendo o responsável pela banda do Maneco, nas funções de "mestre", uma espécie de maestro que cuidava tanto da coreografia e da disciplina como também dos arranjos musicais e repertório. Era carinhosamente chamado de "Binatão", devido à sua alentada obesidade, pois era um glutão inveterado. Presenciei, mais de uma vez, aquele homem devorar em poucos minutos dois quilos do recém-lançado sorvete Kibom, uma das suas preferências. Ele casou com uma farmacêutica e, durante anos, trabalharam na Quarta Colônia, transferindo-se para Santa Maria, quando seus filhos vieram fazer o Ensino Médio e frequentar cursinhos. Um de seus três filhos, Sílvio (apelido "Dandão"), foi meu aluno e companheiro de jogo de tênis nas quadras do Avenida Tênis Clube.

A banda era constituída por uma quantidade incrível de integrantes. Certa época, chegou a desfilar com quase 200 figurantes. A evolução que mais agradava e que arrancava delirante aplauso do público era copiada da Banda de Fuzileiros Navais, do Rio: a banda desfilava formando uma gigantesca âncora, que ocupava uma quadra inteira de rua. A banda viajava muito por todo o RS, a convite de escolas e prefeituras. Em Santa Maria, era convidada a abrilhantar todo tipo de solenidade. Certa feita, no campo do Riograndense Futebol Clube, completamente lotado, a banda formou - pela primeira vez - a palavra Maneco, numa evolução que comoveu a pais, alunos, professores, funcionários e público em geral. Em 1958, ano do centenário do município, o então vereador pelo PTB, Alfeu Cassal Pizarro - meu pai e a meu pedido - destinou 5 mil cruzeiros (moeda da época) para a aquisição de instrumentos para a banda do Maneco (a xerocópia do documento está nos arquivos do Maneco).

A banda tinha toda sorte de instrumentos: bumbos, surdos, caixas, taróis, pratos, escaletas, pífaros, trombones, pistons, cornetas, flautas doces etc Os ensaios ocorriam à tarde, depois das aulas, no pátio da escola ou na rua. Padre Rômulo Zanchi, férreo disciplinador, exigia que os integrantes da banda apresentassem seus boletins todo mês. Quem estivesse mal de notas era suspenso da banda. O padre Rômulo dizia : "É uma honra tocar na banda e aluno vadio não veste aquele uniforme para representar o Maneco pelas ruas da cidade!". Assim, o público sabia que naquela corporação musical marchava a elite cultural do colégio, representada por seus melhores alunos.

Alunos e alunas voluntariamente faziam bolhas nos dedos cortando papel laminado para fazer "picadinhos" e, quando o Maneco se apresentava, os céus do Centro eram tomados por aqueles milhares de laminados. Torcidas organizadas berravam sem parar: "Maneco! Maneco!" Aquelas músicas, marchas e dobrados em furiosa harmonia marcial. O Tadeu com seu garbo de mor da banda. As duas graciosas balizas (a Carmem Helon Mariosi era uma delas). Aquela multidão. Aqueles papéis picados. Os foguetes. Os gritos. Os aplausos. A cadência. Aquilo tudo era emocionante ! E eu ali no meio da banda, tocando pifaro, ao lado do Paulo Ari (agrônomo, já falecido). E o Alceste Almeida (médico, hoje deputado federal por Roraima). Passando por aquelas emoções que enchiam meu coração adolescente de felicidade e orgulho. Era impossível não chorar.

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